Itagiba
Um ano marcado por novas gestões e antigos desafios

Autoridades da segurança pública do Rio de Janeiro fazem balanço do ano no jantar de confraternização da Adepol

O país tem um novo presidente e o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro também é estreante no cargo. Mas a verdade é que no final de 2003, delegados de polícia, autoridades e magistrados chegaram ao consenso de que os desafios ainda são os mesmos: conseguir paz para a população fluminense e condições dignas de trabalho para as autoridades garantidoras desta mesma paz.

O subsecretário de Segurança Pública, Marcello Itagiba, elogiou a gestão da Adepol e fez um balanço do ano: "Nossa gestão tem praticamente sete meses e já mostrou a que veio. Não através de medidas populistas, mas com um trabalho sério de segurança pública. Vemos a Adepol como um aliado na busca do equilíbrio social, através de um debate de alto nível que nos leva sempre a refletir sobre nossa política e buscar soluções justas para a classe policial e para a sociedade", declarou ao ADEPOL NOTÍCIAS em nome do secretário Anthony Garotinho e da governadora do Estado, Rosinha Garotinho.

Segundo Itagiba, é preciso fortalecer as instituições "para que os policiais possam representar bem sua função e cumprir com suas obrigações". Como meta para 2004, ele espera "reduzir ainda mais os índices de criminalidade, fazendo o Rio de Janeiro recuperar sua hospitalidade com uma polícia disciplinada, bem equipada e cumpridora de seu dever", disse, salientando o otimismo que contagia seus superiores: "Se este foi um ano bom, com certeza vamos ter um 2004 ainda melhor, com apoio de toda a classe policial. Com policiais honrados e em linha com o compromisso perante a sociedade."

Preocupações

A poucas mesas dali, no entanto, o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, traçou um panorama não tão otimista. "Nós estamos muito preocupados com as propostas do governo federal na área da Segurança Pública, como retirar da Constituição os dispositivos que protegem a Polícia Judiciária. Não acreditamos que essas mudanças impliquem melhoria da segurança pública", comentou Lins.

Para ele, "a função do delegado de polícia deve ser defendida. Daí a necessidade de se apoiar a Adepol como entidade de classe. Mais do que nunca temos que ficar unidos para o futuro de sucesso".

Certamente, 2003 foi um ano de mudanças para o Brasil. E, como o próprio chefe da Polícia Civil reconhece, "o Rio de Janeiro sofreu os reflexos dessas mudanças". Ele admite que "a entrada do secretário Garotinho permitiu um acesso mais rápido ao Governo do Estado, tanto na definição da política de segurança quanto na obtenção de recursos". No entanto, considera que "se 2003 foi um ano de surpresas o que nos espera em 2004 não é um quadro menos preocupante".

O desembargador Antônio Felipe da Silva Neves, sempre presente às confraternizações da classe policial, concorda com a visão do chefe de Polícia. "Na atualidade, até para os delegados em suas respectivas circunscrições está muito difícil. E ao que vejo, irá ficar muito pior com o desemprego, a ausência de educação, a ausência de assistência médica e, principalmente agora, com o Estatuto do Desarmamento, que configura uma utopia. Armas ilegais já existem. Estas é que deveriam ser combatidas, não as do cidadão de bem", afirma, ressaltando que está ocorrendo "um equívoco nisso tudo, e eu, como cidadão, espero que este seja corrigido a tempo. Se não, daqui a pouco, o próprio policial - como já está acontecendo em determinadas circunstâncias - terá vergonha de dizer que é policial", conclui o desembargador.

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