ADEPOL PEDE À CORREGEDORIA GERAL UNIFICADA ...

17/05/2011

Fonte : ADEPOL/RJ

ADEPOL PEDE À CORREGEDORIA GERAL UNIFICADA
PROCESSO CONTRA BELTRAME
POR SUPOSTA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro, Wladimir Reale, encaminhou ao Corregedor-Geral da Corregedoria Geral Unificada (CGU), desembargador Giusepe Vitagliano, representação contra o Secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, “por suposta prática de improbidade administrativa”.

Com base em documento oficial (processo E-09/551/004/2011), o presidente da ADEPOL-RJ denuncia o Secretário de Segurança por ter ido a Paris participar de um festival de cinema com passagens e diárias pagas pelo Governo do Estado. O pedido de emissão dos bilhetes e diárias foi aprovado pela própria Secretaria no dia 24 de abril e, segundo Wladimir Reale, “soa no mínimo estranho a utilização de verba pública para participação de um evento de natureza privada”.

José Mariano Beltrame participou de um debate sobre o filme UPPs – A Pacificação das Favelas, com o diretor Cacá Diegues, no dia 6 de maio, no anfiteatro do Instituto de Estudos Políticos (IEP) de Paris. Na ocasião, ele disse que o Estado do Rio vem fortalecendo as corregedorias, assim como educando e preparando melhor seus policiais, “para acabar com a corrupção na polícia.”

Em certo momento, na plateia formada por jovens franceses (70%) e brasileiros, houve discussão entre dois extremos, um deles questionando o que as autoridades da segurança pública estavam fazendo num evento bancado com dinheiro público num evento privado - o Festival de Cinema Brasileiro em Paris, promovido por uma empresa, recebeu recursos da Lei do Audiovisual.

“Pedimos que a CGU apure esses fatos com detalhes, porque, à primeira vista, parece irregular que um Secretário de Estado vá a Paris para um evento particular com tudo pago pelos contribuintes”, justifica o presidente da ADEPOL-RJ, confiante nas providências do corregedor geral, “inclusive porque o próprio secretário disse que está fortalecendo as corregedorias”.

Wladimir Reale, que representa os mais de 800 delegados da Polícia Civil do Rio de Janeiro lembra que “a moralidade administrativa está intimamente ligada à legalidade, porque o servidor público só pode fazer o que a lei expressamente permite, sob pena de desvio de finalidade e ofensa ao interesse social coletivo”.